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Um implante para nos livrar da dor?

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Um estudo recente realizado por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Nova York revelou que era possível detectar sensações de dor em tempo real e aliviá-las graças à estimulação emitida por um implante cerebral. Embora o dispositivo ainda esteja em fase experimental e ainda necessite de mais pesquisas, experimentos realizados em roedores têm mostrado resultados bastante promissores.

No que diz respeito ao campo dos implantes cerebrais, ainda estamos longe do que podemos ver, por exemplo, em filmes de ficção científica. Claro, ouvimos falar de pessoas paralisadas que conseguiram recuperar o sentido do tato com a ajuda de implantes, ou outras que conseguiram controlar computadores com seus pensamentos.


A imagem de um cérebro
Créditos Pixabay

Mas, em geral, a tecnologia ainda está em sua infância. Em animais, a pesquisa foi um pouco mais longe. Podemos citar o exemplo de porcos que conseguiram transmitir atividade neuronal ou macacos que conseguiram jogar o jogo Pong.

Desta vez, os pesquisadores criaram uma interface para detectar sinais de dor em uma parte do cérebro e aliviá-los imediatamente usando estimulação em outro local. O sistema é chamado de “interface cérebro-máquina de circuito fechado”. Anteriormente, os cientistas usavam esses dispositivos para a detecção e tratamento de crises epilépticas.

Como funciona o implante cerebral

De acordo com as explicações, duas regiões do cérebro estão envolvidas no processo. No córtex cingulado anterior do cérebro, uma rede de eletrodos detecta e decifra os sinais de dor. Um sistema optogenético irá então estimular os neurônios piramidais localizados na região pré-límbica do córtex pré-frontal para aliviar a dor. Isso cria um loop de neurofeedback em tempo real para suprimir a dor assim que ela ocorrer.

De acordo com Jing Wang, principal autor do estudo, o fato de o sistema ser totalmente automatizado reduz o risco de uso excessivo e tolerância. Isso ocorre porque os próprios sujeitos não podem controlar a ativação do alívio da dor. Por outro lado, como o principal papel do aparelho é aliviar a dor no cérebro, ele não está ligado a regiões sensíveis aos opióides que podem causar problemas de dependência.

Experimentos com roedores mostraram que o dispositivo detecta efetivamente as sensações de dor em 80% dos casos. Isso inclui dor mecânica, térmica, inflamatória e neuropática. O implante cerebral também pode inibir várias respostas sensoriais e comportamentais de dor em animais, mostrando que pode reduzir a intensidade das sensações de dor.

“Nossos resultados mostram que este implante oferece uma estratégia eficaz para o tratamento da dor, mesmo nos casos em que os sintomas são tradicionalmente difíceis de identificar ou gerenciar”, disse Wang.

Uso em humanos

Os cientistas indicaram que o dispositivo estava atualmente em fase experimental e que levar a um implante cerebral para aliviar a dor em humanos ainda seria difícil. De fato, existem vários problemas a serem resolvidos antes que possamos chegar lá, como obstáculos fisiológicos ao implantar o sistema no cérebro humano.

Além disso, em humanos, não há áreas bem definidas do cérebro responsáveis ​​pelo processamento da dor. Portanto, mais pesquisas são necessárias para identificar regiões ideais para detecção e tratamento. Também seria necessário melhorar a especificidade do sistema, pois é possível que a estimulação de certas regiões do cérebro tenha outros efeitos além do controle da dor.

Embora os pesquisadores ainda tenham um longo caminho a percorrer antes que o dispositivo possa ser usado em humanos, Qiaosheng Zhang, principal investigador do projeto, disse que os resultados já podem ajudar a entender melhor como a dor funciona no corpo. Ele acrescentou que eles também podem ajudar a encontrar tratamentos não medicamentosos para certas doenças neuropsiquiátricas, como ansiedade, estresse pós-traumático e depressão.

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