Um cogumelo ameaçou uma espécie de sapo de extinção

Estudos científicos permitiram descobrir que um fungo estava dizimando rãs noturnas do gênero Diasporus. Há várias décadas, os sapos de El Copé, na América Central, lutam pela sobrevivência. Segundo os pesquisadores, o fungo chamado Batrachochytrium dendrobatidis é uma ameaça real para os anfíbios.
O fungo alteraria a pele das rãs que, pouco a pouco, não conseguem mais saciar a sede.
Seu coração pára algum tempo após a infecção. Na maioria dos casos, o fungo sempre acabava matando suas vítimas. No entanto, mudanças têm sido observadas ultimamente.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, o fungo causou a extinção sem precedentes dos anfíbios. Estudos recentes lançaram mais luz sobre a situação.
Sapos começam a evoluir
Um novo documento emitido pela União Internacional para a Conservação da Natureza acaba de confirmar que os sapos estão se adaptando gradualmente ao fungo. Se alguns morrem, outros conseguem sobreviver evoluindo. Os cientistas dizem que aqueles que sobrevivem evoluíram sistematicamente para combater os efeitos do fungo.
Os pesquisadores, então, viajaram para El Copé, região do Panamá, para entender melhor o fenômeno. Entre 2010 e 2014, cientistas estudaram sapos para detectar vestígios do fungo. Em 2004, a maioria dos anfíbios não resistiu aos ataques do fungo. Desde então, os biólogos observaram que os sobreviventes eram muito mais fortes.
Incentivando resultados
Os estudos realizados em El Copé são cada vez mais animadores, pois as rãs não estão prestes a ser extintas. É a bióloga Graziella DiRenzo quem anuncia esta boa notícia. Segundo ela, pesquisas descobriram que comunidades de anfíbios são capazes de resistir ao fungo assassino.
A bióloga Karen Lips, da Universidade de Maryland, também disse que o grau de infecção foi relativamente baixo. No entanto, algumas espécies desapareceram completamente, causando uma mudança no ecossistema. O professor Lips espera que as novas espécies possam substituir aquelas que foram dizimadas.
No momento, os pesquisadores dizem que o futuro dos sapos ainda não é certo porque é uma situação que eles descreveriam como catastrófica.