Rússia deu detalhes de seu escudo espacial

Após a votação do Congresso americano para criar o Força Espacial dos Estados Unidos (ou Força Espacial dos Estados Unidos), Moscou por sua vez, revelou alguns detalhes de sua escudo espacial antimísseiscujos contornos ainda permanecem misteriosos.

O novo sistema, que foi apelidado de “Kupol“, seria capaz de detectar o lançamento de foguetes e calcular seu local de pouso, de acordo com documentos do Ministério da Defesa russo.

Terra vista do espaço.

A armação do espaço toma um novo rumo

As principais potências espaciais estão mais determinadas do que nunca a desenvolver suas capacidades de vigilância e autodefesa no espaço. Para proteger seus satélites de ciberataques, interferências e outras tentativas de espionagem, a França e os Estados Unidos já lançaram comandos espaciais. A Rússia, por sua vez, fortalecerá sua “força espacial”, que existe desde 2015, graças ao seu novo sistema destinado a detectar do espaço o lançamento de mísseis balísticos, sua trajetória e a área alvo.

A Rússia fez seu anúncio na quarta-feira, 18 de dezembro de 2019, durante um briefing do Ministério da Defesa. O sistema de defesa espacial russo é chamado de “Kupol” (“Cúpula” em russo). Ele foi apresentado pelo estado-maior russo aos adidos militares estrangeiros estacionados em Moscou, e também pode ser visto em fotografias publicadas no site do Ministério da Defesa.

O anúncio de Moscou ocorre um dia depois que o Congresso dos EUA aprovou um projeto de lei para financiar US$ 738 bilhões que permitirá o estabelecimento da Força Espacial dos Estados Unidos, como desejado por Donald Trump. Esta força espacial será o sexto ramo das forças armadas americanas e será colocada sob a autoridade da Força Aérea dos EUA.

“Koupol”, o coração da defesa espacial russa

Se no momento sabemos muito pouco sobre o sistema russo Kupol, tudo nos leva a acreditar que é o equivalente ao sistema infravermelho baseado no espaço americano (SBIRS), literalmente “Sistema Infravermelho Baseado no Espaço”. Moscou já colocou três satélites russos de alerta precoce “Tundra” em órbita sob este programa em 2015, 2017 e 2019.

Durante uma reunião no Ministério da Defesa da Rússia, o Chefe do Estado-Maior Valery Gerasimov disse que os satélites conectados ao sistema aumentaram significativamente a capacidade da Rússia de detectar lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais.

Parece que a Rússia, como outras grandes potências espaciais, está se preparando para a chegada de mísseis hipersônicos em que os Estados Unidos, a China ou a Rússia estão a trabalhar. Ao contrário das ogivas convencionais, cuja trajetória e alvo podem ser determinados uma vez lançados, os mísseis supersônicos serão completamente imprevisíveis e poderão atingir velocidades de mais de 6.000 km por hora.

Ao implantar comandos espaciais, as grandes potências pretendem desenvolver meios de rastrear e interceptar esses futuros mísseis hipersônicos.

Um desejo de militarizar o espaço que ninguém assume

Desde 2015, a Rússia integrou em suas forças aéreas uma “força espacial” cujo principal papel é a luta antimísseis. Uma medida defensiva em resposta aos Estados Unidos, que a Rússia acusa há anos de querer militarizar o espaço, uma das últimas áreas onde as duas potências rivais ainda cooperam.

Por sua vez, os Estados Unidos também suspeitam que a Rússia esteja tentando desenvolver armas espaciais. Em 2018, o país expressou notavelmente sua preocupação com o “comportamento muito anormal” de um satélite russo. Acusações então consideradas “infundadas” por Moscou.

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