Quando as geleiras derretem, os cadáveres se revelam

Como sabemos, o aquecimento global tem consequências significativas no derretimento das geleiras. De fato, quanto mais a temperatura aumenta, mais essas vastas extensões brancas tendem a perder sua integridade, inclusive nos lugares mais remotos do nosso planeta, como os lados do Monte Everest.
O Monte Everest, comumente referido como o teto do mundo, há muito recebe muitos exploradores e expedições atraídos pelo desafio de escalá-lo. Entre esses ousados viajantes, muitos encontrado morto confrontados com as condições extremas que aí prevalecem, ou foram enterrados sob a neve e desapareceram.

Mas com o aquecimento global e o derretimento das geleiras que o acompanham, o Monte Everest está começando a desvendar seus mortos e os segredos que os acompanham.
O teto do mundo permaneceu inacessível até 1953
Culminando a 8.849,87 metros acima do nível do mar, Chomolungma (“Deusa Mãe da Terra”) para os tibetanos ou Sagarmatha para os nepaleses são dois nomes que designam a mesma coisa, o Monte Everest, que é o pico mais alto do mundo. Está localizado na cordilheira do Himalaia, na fronteira entre esses dois países.
As primeiras expedições que se propuseram a escalar datam da década de 1920. Desde então, houve várias tentativas de escalada mais ou menos bem-sucedidas, até que o cume foi alcançado em 1953.
Em termos de estatísticas, mais de 14.000 alpinistas escalaram o Monte Everest desde 1922 e, entre eles, há 219 alpinistas que morreram lá.
Monte Everest revela seus mortos
Hoje, à medida que as camadas de neve que compõem o manto gelado do Monte Everest derretem, os cadáveres dos alpinistas menos afortunados que partiram para escalá-lo estão começando a ressurgir. No entanto, esses cadáveres podem conter germes que também foram preservados pelo frio.
Com o aquecimento global, os riscos destes também ressurgirem devem ser considerados. Além disso, as autoridades não sabem como lidar com os cadáveres encontrados, especialmente porque a despoluição destes custaria ao Estado nepalês entre 40.000 e 80.000 dólares se fossem trazidos de volta da montanha.
Além disso, os restos descobertos no Monte Everest e que permanecerão ali estão apenas cobertos de rocha ou neve, aguardando tratamento mais adequado.