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Plutão é o lar de um oceano subterrâneo

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O universo ainda reserva muitas surpresas para nós. A mais recente diz respeito a Plutão. De acordo com dados coletados pela sonda New Horizons do NASA, este planeta abriga um oceano subterrâneo que fica abaixo de sua superfície gelada. A existência desse oceano intriga os cientistas que se perguntam como Plutão foi capaz de formá-lo e mantê-lo por bilhões de anos quando o corpo está muito distante do Sol.

Além disso, este planeta anão não possui as características necessárias para que possa aquecer as suas águas e garantir a sua longevidade. Como se poderia suspeitar, os pesquisadores não deixaram essa questão em aberto e quiseram fornecer respostas.

Segundo os cientistas, esse oceano subterrâneo teria se formado após um impacto tão forte que teria favorecido o aumento da água ao longo dos anos.

Uma camada de gás que protege o oceano subterrâneo

No mundo da ciência, uma resposta geralmente gera uma nova pergunta. Embora os pesquisadores acreditem ter conseguido explicar a origem desse oceano subterrâneo, eles se perguntam por que ele não congelou durante os 4,6 bilhões de anos de existência de Plutão enquanto o planeta é famoso por suas temperaturas extremamente baixas.

Um estudo publicado recentemente na revista Nature Geoscience, por uma equipe internacional de cientistas, liderada por Shunichi Kamata, da Universidade de Hokkaido, tentou desvendar esse mistério. Segundo esses pesquisadores, o oceano subterrâneo estaria separado da superfície congelada por uma camada de gás.

Uma descoberta possibilitada por simulações de computador

De acordo com este estudo, o oceano subterrâneo teria conseguido escapar do congelamento graças a esta camada de gás composta por “hidratos de gás” que viriam do núcleo de Plutão. Essa camada protetora atuaria, portanto, como um isolante.

“Para manter um oceano, Plutão deve manter o calor dentro dele. Por outro lado, para manter sua espessa camada de gelo, Plutão deve permanecer frio do lado de fora. Aqui mostramos que a presença de uma fina camada de hidratos de clatrato (hidratos de gás) na base da concha de gelo pode explicar tanto a sobrevivência a longo prazo do oceano quanto a manutenção de contrastes de espessura do casco »explica o estudo.

Os cientistas chegaram a essa conclusão por meio de simulações de computador que visualizaram a evolução interna de Plutão.

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