Os franceses criaram uma sinapse artificial

Em princípio, existem dois tipos de inteligência artificial: inteligência artificial fraca e inteligência artificial forte. Até agora, muitos acreditam que a segunda categoria permanecerá utópica por muito tempo. No entanto, essa não é a impressão dada pelos resultados do trabalho de uma equipe de pesquisadores franceses. Este último acaba de apresentar uma sinapse artificial.

O mérito desta façanha vai para uma equipe formada por pesquisadores do CNRS, Thales e das Universidades de Bordeaux, Paris-Sud e Evry. O estudo baseado em seu trabalho foi publicado na Nature no início desta semana.

Inspirada no sistema biológico, essa sinapse artificial é capaz de aprender de forma autônoma. A ideia é integrar essa nova invenção ao aprendizado profundo. Essa combinação pode dar origem à primeira inteligência artificial forte.

Uma sinapse artificial operando em um sistema equivalente a sinapses biológicas

O objetivo dos pesquisadores era reproduzir uma característica sináptica específica das sinapses naturais. Essa característica é chamada de “plasticidade em função do tempo de ocorrência dos impulsos”. É essa característica que torna a sinapse capaz de regular sua reação com base na frequência em que é solicitada.

Este processo é chamado STDP (Spike Timing Dependent Plasticity).

Os pesquisadores explicaram que “o STDP evolui de acordo com a periodicidade e sequenciamento dos sinais elétricos nos neurônios adjacentes”. Assim, a intensidade da estimulação das sinapses é proporcional à melhora no processo de aprendizagem. “Isso permite que os sistemas biológicos aprendam sem controle externo do peso atribuído a cada sinapse”, eles adicionaram.

O Memristor

Os pesquisadores utilizam um componente eletrônico que só foi instrumentalizado em 2008, chamado “Memristor”. É de certa forma a materialização da implementação da plasticidade em um sistema eletrônico. Para realizar essa tecnologia, os pesquisadores usaram o comportamento ferromagnético da ferrita de bismuto.

Concretamente, o Memristor é capaz de regular sua resistência de acordo com a tensão aplicada. Esse fenômeno chamado “ciclo de histerese” ocorre sob o efeito de impulsos elétricos semelhantes aos dos neurônios.

“Nossas simulações mostram que essas nanossinapses podem reconhecer formas de forma autônoma”, os autores apontaram. Esta inovação reaviva assim as esperanças da comunidade científica e tecnológica. Poderá permitir que a humanidade recue de longe os limites que hoje são intransponíveis.

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