O efeito perverso da pandemia de Covid-19 na segurança

o Covid-19 custou a vida de quase quatro milhões de pessoas em todo o mundo. Um pedágio humano catastrófico, ao qual se somam todas as vidas destruídas por um contexto econômico extremamente difícil. E como se isso não bastasse, estamos aprendendo hoje que a pandemia também teve impacto na segurança das empresas e administrações.
A Check Point, especialista em segurança cibernética, de fato fez um relatório eloquente um pouco no início do ano. Um relatório sobre ataques de ransomware.

De acordo com o documento, ataques desse tipo dispararam desde o início da pandemia.
Ataques de ransomware, muito populares em 2020
O ganho também é significativo: quase o dobro de ataques foram registrados nos últimos dois meses de 2020.
Há mais com o que se preocupar, no entanto. A Check Point de fato percebeu que esses ataques visavam principalmente estabelecimentos do setor de saúde. Por isso, queremos dizer clínicas, hospitais ou laboratórios.
O aumento aqui teria chegado a 45% nos últimos dois meses do ano passado, contra apenas 22% dos demais setores. A Revista InfoSecurity informa assim que o mês de novembro teria sido o pior, com nada menos que 626 ataques semanais contra 430 em média nos dois meses anteriores.
As organizações de saúde mais visadas
Em relação às ferramentas utilizadas pelos hackers, seria sempre um pouco igual e este último contaria assim principalmente com Ryuk e Sodinokibi para realizar seus ataques. A Europa Central também seria a mais afetada, com um aumento no número de ciberataques atingindo 145% no período, em comparação com 137% para o leste da Ásia e 112% para a América Latina.
Na Europa, o aumento seria de cerca de 67% em média, mas nem todos os países estariam no mesmo barco.
A Alemanha estaria assim entre as mais afetadas com um aumento de 220%, um aumento que rivaliza com o do Canadá (+ 250%). Por sua vez, os Estados Unidos teriam sido pouco afetados. O relatório mostra um aumento de apenas 37% no mesmo período.
Nem todos os países estão no mesmo barco
Omer Dembinsly, funcionário da Check Point, atribui o aumento à ganância dos hackers:
“No ano passado, várias redes hospitalares em todo o mundo foram atingidas com sucesso por ataques de ransomware, o que deixou os cibercriminosos famintos por mais. Além disso, o uso do ransomware Ryuk enfatiza a tendência de ter ataques de ransomware mais direcionados e personalizados, em vez de usar uma campanha de spam massiva. Isso permite que os invasores garantam que atinjam as partes mais críticas da organização e tenham uma chance maior de receber o resgate.”
Omer Dembinsky – Ponto de Verificação
Ransomware, no entanto, não é a única ferramenta usada por hackers. Os ataques DDoS também aumentaram no ano passado, assim como as campanhas de phishing.
Deve-se notar, no entanto, que muitas equipes de hackers optaram expressamente por não atacar organizações de saúde para evitar causar mais danos às equipes médicas. Um chamado que infelizmente não parece ter sido ouvido por todos.