Nintendo restringe voluntariamente microtransações em seus jogos para smartphones

As microtransações são o pesadelo da indústria de videogames de hoje. Alguns grandes estúdios abusam dele, mesmo com jogos pagos, a ponto de pressionar os governos a legislar sobre esse modelo econômico. No caso do FIFA 19, as lootboxes são, por exemplo, proibidas na Bélgica. E essa realidade, a Nintendo parece estar ciente disso. A empresa japonesa, que lançou jogos para celular com Super Mario Run como seu primeiro título, limitaria as microtransações o máximo possível, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Wall Street Journal. É um desenvolvedor do estúdio CyberAgent, que trabalha no título Dragalia Lost Cygames da Nintendo, que revela essa política.
Boas notícias em um mundo onde os grandes estúdios estão aproveitando ao máximo esse sistema de microtransações democratizado.
Basta dizer que a Nintendo aparece aqui como a boa aluna do mercado de videogames.
Nintendo não quer manchar sua imagem com microtransações
A Nintendo é uma empresa que controla a sua imagem com grande rigor. Vários exemplos demonstram isso: o bloqueio de vídeos do YouTube apresentando mods para os jogos do estúdio, ações judiciais contra sites de emulação que disponibilizam seus títulos antigos etc.
Uma firma que evita ao máximo os escândalos e chega até a controlar sua relação com as microtransações. Uma política comercial que foi muitas vezes denunciada por outros gigantes, como no caso da EA com Star Wars Battlefront II.
Foi durante uma entrevista para o Wall Street Journal que um desenvolvedor de Dragalia Lost Cygames, um título da Nintendo, explicou que o estúdio limita as microtransações o máximo possível. Para a empresa japonesa, trata-se de não abusar desse método para limitar as despesas dos jogadores.
A Nintendo não está interessada nos lucros gerados por um único jogo em smartphones. Se tivéssemos cuidado do jogo nós mesmos, teríamos gerado muito mais receita.
Deve-se dizer que além dos smartphones, a Nintendo não oferece microtransações. Nem Zelda, Mario ou Super Smash Bros oferecem recompensas ou avanços mais rápidos com esse sistema no Switch. Outros títulos da máquina, mas que não pertencem à Nintendo, contam com microtransações.
O melhor exemplo continua sendo o Fortnite, cujas compras no jogo são a principal fonte de receita da Epic Games.