Um gadget do tamanho de uma pasta que esconde um laser poderoso soa como um gadget de James Bond, mas, na verdade, é o que a NASA pretende usar para caçar gelo na superfÃcie da Lua. Apelidada de Lanterna Lunar, o CubeSat proposto será fundamental na busca de possÃveis fontes de água que futuras missões da NASA poderiam usar para uma exploração espacial mais profunda de Marte e muito mais.
Embora possa ser nosso vizinho astronômico mais próximo, nosso conhecimento do que está na superfÃcie da Lua é na verdade relativamente leve. Em crateras mais escuras, em particular, a composição exata da superfÃcie lunar é praticamente um mistério.
Isso é cada vez mais um problema, pois o trabalho na missão Artemis – que primeiro permitirá que astronautas americanos retornem à Lua antes de viajar para Marte – continua. Um dos principais fundamentos de Artemis é que a NASA poderá aproveitar os recursos lunares para suprir as missões posteriores. Isso, no entanto, depende da existência de coisas como gelo na água por aÃ.
“Embora tenhamos uma boa idéia de que há gelo dentro das crateras mais frias e escuras da Lua, as medições anteriores foram um pouco ambÃguas”, explica Barbara Cohen, pesquisadora principal da missão Lunar Flashlight. “Cientificamente, tudo bem, mas se estamos planejando enviar astronautas para lá para desenterrar o gelo e beber, temos que existir.”
A resposta é um pequeno satélite com grandes ambições. O CubeSat entrará em órbita ao redor da Lua, mergulhando em torno do Pólo Sul ao longo de dois meses e lançando uma série de laser nas regiões permanentemente sombreadas de lá. No total, existem quatro lasers, usando comprimentos de onda no infravermelho próximo que se comportam de maneira diferente dependendo se atingem rochas nuas ou água congelada.
O rock regular enviará a luz do laser refletindo de volta para o CubeSat. Se menos luz for refletida, no entanto, isso indicará que ela foi absorvida pela água congelada nessas crateras escuras. Quanto menos se recuperar, mais água provavelmente será encontrada lá.
Exatamente de onde a água vem varia, acreditam os cientistas. É provável que parte tenha sido depositada na superfÃcie da Lua quando foi atingida por cometas e asteróides, que podem ser ricos em produtos quÃmicos congelados. Outras fontes podem incluir interações entre o solo lunar e os ventos solares. Protegida dos excessos do Sol, a água e outros produtos quÃmicos nas crateras se acumulariam gradualmente ao longo de bilhões de anos.
Quanto resta no total para ser visto, mas a Lanterna Lunar deve ser capaz de preencher as lacunas no conhecimento sobre quanta água acessÃvel à superfÃcie poderia haver para a tomada. Derretidos e purificados, os astronautas da NASA poderiam usá-lo para beber e como parte de sua fonte de combustÃvel para missões mais distantes.
Espera-se que a Lunar Flashlight seja uma das 13 cargas úteis secundárias a bordo do Artemis I, que será o primeiro teste de vôo integrado da espaçonave Orion e do foguete SLS (Space Launch System).