NASA alerta que mudança climática está atrapalhando uma grande corrente oceânica

As mudanças climáticas resultantes das atividades humanas fizeram com que uma grande corrente oceânica se tornasse mais turbulenta, de acordo com um novo estudo da NASA. A agência espacial, que também gasta um tempo considerável monitorando e estudando nosso próprio planeta, usou dados de satélite de doze anos para medir a corrente oceânica de Beaufort Gyre, descobrindo que está se movendo mais rapidamente como resultado do derretimento rápido do gelo do mar.

Simplificando, o Beaufort Gyre é uma corrente oceânica circular que gira no sentido horário devido aos efeitos do vento. Essa corrente mantém as regiões polares ’em equilíbrio’, segundo a NASA, coletando água fresca de coisas como derretimento de geleiras e armazenando-a perto da superfície do oceano. Como resultado disso, a água doce diminui a taxa de derretimento do gelo marinho e ajuda a manter o clima do planeta regulado.

Os cientistas da NASA descobriram que essa corrente acumula uma grande quantidade de água doce desde os anos 90, como consequência do aumento do derretimento do gelo marinho. À medida que o gelo do mar derrete, a corrente é exposta a mais ventos que fazem com que ele se mova mais rapidamente, puxando mais água doce para a corrente. A água doce está tendo problemas para escapar do Oceano Ártico porque os ventos mantiveram a corrente ‘presa’ girando na mesma direção por mais de duas décadas.

A NASA diz que isso é incomum – geralmente, os ventos mudam de direção a cada poucos anos, fazendo com que a corrente inverta as direções e libere a água doce que se acumulou. O principal autor do estudo, Tom Armitage, explicou:

Se o giro de Beaufort liberasse o excesso de água doce no Oceano Atlântico, ele poderia diminuir a circulação. E isso teria implicações em todo o hemisfério para o clima, especialmente na Europa Ocidental.

Os efeitos sobre a corrente podem se espalhar para impactar a vida selvagem e a cadeia alimentar no Ártico, segundo a NASA, bem como a vida marinha. Uma mudança na direção do vento pode fazer com que essa grande quantidade de água doce despeje no Oceano Atlântico rapidamente, diminuindo a circulação meridional do Atlântico. Isso, como conseqüência, impactaria as comunidades que dependem da vida marinha e poderia ter um grande impacto no clima na Europa Ocidental.

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