Mundo real e mundo virtual: as crianças fazem a diferença?

As crianças geralmente se identificam com personagens de videogame. Há dependência quando a fronteira entre o real e o virtual se torna indistinta. Concretamente, acontece que os únicos momentos de alegria da criança são as brincadeiras. Isso não significa que ele não possa dizer a diferença entre o mundo do jogo e a vida real.
Pesquisas mostram que mesmo crianças entre 3 e 5 anos são capazes de tal discernimento.
Os casos de dependência explicam-se antes pela falta de autoconfiança, o sentimento de fracasso social ou relacional, a perda de orientação… Sendo a realidade dolorosa de conviver, a criança refugia-se na imaginação.
Imaginário talvez seja o termo mais apropriado, porque as crianças também se tornam viciadas em outros mundos que não os jogos ou a internet. Eles se identificam com personagens de contos de fadas, histórias em quadrinhos ou filmes.
As cenas de violência nos jogos afetam a criança?
Sabemos que a violência conjugal, verbal ou física, joga com o equilíbrio psíquico de uma criança. Curiosamente, ele parece inabalável diante da violência nos jogos ou na internet. Essa realidade leva alguns pais a se perguntarem se a criança ainda é capaz de dar sentido às coisas. Isso é ainda mais preocupante porque os pais raramente falam sobre as cenas de estupro ou assassinato nos jogos.
Para os cientistas, o fato de a criança silenciar essa violência é, ao contrário, tranquilizador. Isso indica, apesar do possível vício, que ele tem plena consciência de que seus avatares são personagens imaginários. Segundo Jacqueline Woolley, professora de psicologia da Universidade do Texas, aos 12 anos, a criança tem a mesma capacidade de discernimento que um adulto.
Internet: mais perigosa que outros mundos imaginários?
Se a criança se identifica com Harry Potter ou Darth Vader, isso reflete um certo fascínio por personagens de culto. Isso indica um desejo de pertencer a um grupo, já que o fascínio por esses personagens é compartilhado por muitos amigos. Jacqueline Woolley ainda recomenda que os pais ensinem os filhos a dar um passo atrás nas informações que circulam na internet.
” A internet oferece múltiplas exposições e mais oportunidades de confusão, simplesmente por causa da forma como as informações são apresentadas. explica o cientista. Diante das notícias falsas, os adultos são tão vulneráveis quanto as crianças.