Medicamentos comuns para o colesterol podem desencadear alterações protetoras das bactérias intestinais

Pesquisas recentemente publicadas detalham um “elo claro” entre tomar um medicamento comum para baixar o colesterol e bactérias intestinais saudáveis. Embora sejam necessárias pesquisas adicionais para entender todas as implicações dessa descoberta, o estudo indica que certos medicamentos podem ser um tratamento preventivo útil em pessoas que têm bactérias intestinais menos saudáveis, dando-lhes um impulso benéfico que pode ajudar a reduzir ou proteger contra várias condições.

O novo estudo vem da Universidade de Gotemburgo, onde os pesquisadores analisaram o potencial vínculo entre bactérias intestinais e doenças cardiovasculares. Os cientistas estudaram dados de mais de 2.000 adultos europeus e rotularam aqueles que continham menos bactérias intestinais benéficas como ‘Bact2’.

Conforme indicado por pesquisas anteriores sobre bactérias intestinais e seus efeitos protetores à saúde, o estudo observa que as pessoas que se enquadram no grupo ‘Bact2’ são mais propensas a certas condições, incluindo condições auto-imunes e inflamatórias, como doença do intestino irritável e esclerose múltipla. A equipe observou que 18% dos pacientes obesos no estudo eram Bact2, enquanto apenas 4% dos adultos com peso normal se enquadravam na mesma categoria.

Os pesquisadores descobriram que os participantes que receberam terapia com estatina – um tratamento para diminuir os níveis elevados de colesterol – experimentaram uma melhora na saúde das bactérias intestinais, reduzindo o número de pessoas que se enquadravam na categoria ‘Bact2’. Pesquisas adicionais serão necessárias para demonstrar se é a droga que causa a mudança, mas as descobertas mostram promessa de possíveis novas drogas preventivas que visam o microbioma intestinal.

O professor Fredrik Bäckhed, um dos autores do estudo, explicou:

Embora o estudo não forneça um nexo de causalidade, é empolgante ver como um medicamento bem estabelecido e usado clinicamente pode alterar a microbiota intestinal. O tempo dirá se as estatinas afetam diretamente as bactérias do intestino ou se essas drogas afetam as células intestinais e imunológicas que, por sua vez, ajudam a modificar a microbiota.

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