Mas, a propósito, o que acontecerá se Perseverance encontrar vida em Marte?

A busca por vida extraterrestre é, sem dúvida, uma das maiores buscas da humanidade. Os astrônomos suspeitam que cerca de 4 bilhões de anos atrás, Marte exibia características semelhantes às da Terra. Ainda hoje, o planeta vermelho parece ser o segundo planeta mais viável do sistema solar.

É por isso que é objeto de estudo de vários projetos de pesquisa científica, como a missão Perseverance da NASA, cujo objetivo é encontrar ali bioassinaturas.

Em 30 de julho de 2020, o rover da NASA, apelidado de Perseverance, partiu para Marte. O pouso no Rusty Planet ocorreu sem problemas na quinta-feira, 18 de fevereiro deste ano. A máquina pousou na cratera de Jezero, local previsto para a pesquisa, cujo diâmetro é de 45 km. De acordo com especialistas, se houver vestígios de vida em Marte, este local seria o mais propenso a abrigá-los.

Há 3,5 bilhões de anos, um rio desaguava nessa cratera para formar um lago que, logicamente, acumulava minerais carbonáticos. Na Terra, esses minerais são excelentes preservadores de fósseis.

Prova de litopanspermia ou panspermia?

A descoberta da vida passada em Marte é o sonho de muitos cientistas. O número de sondas e rovers que foram enviados para lá atesta isso. Antes de Perseverance, oito outras naves espaciais estavam ocupadas caracterizando sua geologia, atmosfera e clima. Eles foram implantados lá como batedores para uma futura expedição humana, além de procurar bioassinaturas.

Caso a missão acabe sendo um sucesso, a questão se existe ou não uma relação entre os seres vivos que viveram em Marte e os da Terra será seriamente levantada novamente. Se a resposta for afirmativa, o caso constituiria prova de litopanspermia ou então panspermia. Em outras palavras, isso sugeriria que as vidas em ambos os planetas vêm da mesma fonte.

Além disso, a descoberta apoiaria a hipótese de que a vida ainda está presente em Marte. De fato, seria possível que os micróbios marcianos tenham migrado sob a superfície devido às mudanças climáticas. Um estudo também mostrou que os microrganismos podem sobreviver em águas subterrâneas salobras no planeta vermelho. Como resultado, a proteção planetária será ainda mais imperativa, pois uma expedição humana a Marte arriscaria danificar potenciais organismos marcianos.

Não é o equipamento que está faltando

A Perseverance incorpora uma série de ferramentas de última geração para cumprir sua missão. O rover está equipado com uma variedade de câmeras, incluindo Mastcam-Z, SuperCam, PIXL e SHERLOC. Mastcam-Z e SuperCam detectam e estudam de perto os alvos mais interessantes. Por sua vez, PIXL e SHERLOC estão procurando, respectivamente, bioassinaturas químicas e moléculas orgânicas, bem como minerais que foram formados em meio aquoso.

As amostras recolhidas serão recolhidas em contentores metálicos do rover que serão recuperados numa futura missão. Para realizar esta operação de recuperação, a NASA decidiu colaborar com a ESA. As análises ocorrerão então na Terra.

Artigos Relacionados

Back to top button