Marte: detalhes sobre o passado do planeta vermelho

No início de 2017, cientistas anunciaram a descoberta de possíveis fissuras de dessecação na Cratera Gale em Marte, que abrigava lagos há 3,5 bilhões de anos. Agora, um novo estudo confirmou que essas características são realmente fissuras de dessecação e revela novos detalhes sobre o clima antigo de Marte.
“Agora estamos convencidos de que são vestígios de lama seca”, diz o principal autor do estudo, Nathaniel Stein, geólogo do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena.
Costumava haver lagos em Marte
Como a lama seca só se forma onde os sedimentos úmidos são expostos ao ar, sua posição mais próxima do centro do antigo leito do lago do que da borda também sugere que os níveis do lago aumentaram e diminuíram consideravelmente ao longo do tempo.
“As trilhas de lama dessecada mostram que os lagos da Cratera Gale passaram pelo mesmo tipo de ciclos que vemos na Terra”, diz Stein.
Os pesquisadores se concentraram em uma laje de pedra do tamanho de uma mesa de café, apelidada de “Old Soaker”. Old Soaker é atravessado por polígonos aparentemente idênticos com características de dessecação na Terra. A equipe deu uma olhada física e química nesses polígonos usando os instrumentos do Curiosity.
Novos dados valiosos sobre o passado de Marte
Essa análise mais detalhada provou que os polígonos – confinados a uma única camada de rocha e com sedimentos preenchendo as rachaduras entre eles – se formaram como resultado da exposição ao ar, em vez de outros mecanismos, como fraturamento térmico ou hidráulico. E embora os cientistas saibam desde que o Curiosity desembarcou em 2012 que a Cratera Gale continha lagos, Stein diz: “Os fragmentos de lama seca são emocionantes, pois adicionam contexto à nossa compreensão desse sistema antigo. lago”.
“Estamos capturando um momento no tempo”, acrescenta. “Esta pesquisa é apenas um capítulo de uma história que o Curiosity vem construindo desde o início de sua missão.”
O rover robótico do tamanho de um carro pousou na paisagem marciana em agosto de 2012 e viajou quase 19 quilômetros até a Cratera Gale desde então. Durante esta viagem, ele fez uma série de descobertas, incluindo a de um leito de rio que indicava pela primeira vez que a água líquida fluía na superfície do planeta nos tempos antigos.