Marte: a busca por vida extraterrestre se intensifica

Mais do que nunca, os cientistas estão tentando encontrar os sinais no planeta Marte que provam que a vida existiu ou ainda existe lá. Hoje, vários motivos motivam os pesquisadores, como novos conhecimentos sobre a diversidade e história da geologia de Marte, uma melhor compreensão dos ambientes extremos da Terra, bem como novos métodos de detecção.

A dificuldade da pesquisa reside no fato de que é necessário utilizar novos conceitos científicos e novos conhecimentos para conhecer as áreas a serem exploradas e os parâmetros a serem medidos.

Para tentar encontrar uma solução para as várias dificuldades encontradas, especialistas na área, incluindo astrobiólogos, se reuniram em novembro passado no Instituto Nacional de Cavernas e Karst, localizado em Carlsbad, Novo México.

Lugares para procurar a vida

Entre os tópicos discutidos na conferência estava como testar a existência de vida em Marte com e sem sistemas de coleta de amostras. Os lugares que deveriam ser explorados também estavam na pauta de discussão.

Em relação a este ponto, quase todos os participantes concordaram que as áreas mais promissoras eram cavernas subterrâneas profundas, gelo e sal.

A superfície de Marte não é propícia à vida com as duras condições que ali prevalecem. É um lugar que recebe todos os tipos de radiação e onde a água líquida não consegue ficar estável por muito tempo. De acordo com Vlada Stamenkovic, pesquisador do Jet Propulsion Laboratory da NASA, as águas subterrâneas podem ser o único habitat possível para a vida em Marte.

Por que não nas cavernas?

Entre os locais que também interessam aos pesquisadores estão as crateras em forma de poço que se abrem para a superfície. Esses buracos aparecem quando o teto de um tubo de lava colapsa parcialmente e cria uma clarabóia. De acordo com as informações, os orbitadores que giram em torno de Marte já fotografaram vários desses poços.

Na Terra, os cientistas já encontraram evidências mostrando a presença de atividades microbianas em cavernas. Essas atividades são manifestadas, por exemplo, por biofilmes, substâncias viscosas ou minerais precipitados. Os pesquisadores descobriram que as condições nas cavernas são diferentes, mas mais benignas do que as da superfície.

Assim, como aponta Kevin Webster, pesquisador do Planetary Science Institute em Tucson, Arizona, as cavernas representam os ambientes mais interessantes para estudar na busca de sinais de vida em Marte. O próprio cientista estuda as bioassinaturas presentes na atmosfera das cavernas.

Podemos dizer que a busca por vida no Planeta Marte está atualmente em pleno andamento. A história será ainda mais emocionante com a chegada do próximo rover da NASA no Planeta Vermelho, cuja principal missão será procurar sinais de vida antiga.