Fóssil gigante de milípede encontrado em praia inglesa

Se você está se perguntando como eram as centopéias há 326 milhões de anos, um novo artigo publicado em 20 de dezembro no Journal of the Geological Society pode lhe dar uma ideia. O artigo descreve um fóssil de centopéia gigante que foi encontrado em uma praia inglesa no ano de 2018. Aqui estamos falando do fóssil de um animal que tinha cerca de 2,5 m de comprimento e que se diz ter sido um predador.

Segundo relatos, o fóssil em questão foi encontrado em um enorme bloco de arenito que caiu de um penhasco em Northumbria, Inglaterra. Foi um paleontólogo que caminhava pela praia que viu o bloco no chão e percebeu que continha o fóssil de uma centopéia gigante. Após essa descoberta, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Cambridge examinou o caso do fóssil para estudá-lo com mais detalhes.


Centopéia Fóssil
Créditos Neil Davies

De acordo com Neil Davies, paleontólogo da Universidade de Cambridge e primeiro autor do estudo, esta é uma descoberta totalmente acidental.

Descrição da criatura

Segundo os cientistas, o dono do fóssil pertencia ao gênero Arthropleura. Esta centopéia gigante viveu há 326 milhões de anos, ou seja, cerca de 100 milhões de anos antes do aparecimento dos primeiros dinossauros. O fóssil encontrado não tinha mais a cabeça, mas estimava-se que o animal media cerca de 2,5 me pesava cerca de 45 kg. Davies explica que essas centopéias poderiam ter sido os maiores animais terrestres da Era Carbonífera.

A equipe acredita que o fóssil descoberto não é o animal em si, mas sim uma carapaça muda chamada exúvia. Podemos assim dizer que o tamanho máximo da centopéia poderia ser maior do que poderíamos estimar graças ao fóssil.

Informações ambientais

Os paleontólogos também conseguiram ter uma ideia do ambiente de vida da centopéia considerando os dados coletados no fóssil. Com base na localização deste último e na rocha em que foi descoberto, os cientistas sugeriram que o exoesqueleto estava em um canal de rio onde estava coberto de sedimentos arenosos. Perto do exoesqueleto, havia vestígios de tetrápodes da mesma época, indicando que os invertebrados gigantes coabitavam com vertebrados.

Além disso, o bloco de arenito também continha plantas fossilizadas da Era Carbonífera, sugerindo que o animal vivia em um ambiente mais aberto e seco do que se pensava anteriormente. De fato, acredita-se geralmente que os artropleurídeos viviam em ambientes pantanosos. Isso vem do fato de que muitos fósseis do mesmo tipo foram encontrados em minas de carvão que já foram densas florestas tropicais.

Quanto ao tamanho da centopéia, ela conseguiu ficar tão grande graças à quantidade de oxigênio que havia na atmosfera da Terra. Mas pode ter havido outros fatores, como a forma de alimentação do animal. Segundo Davies, essas centopéias podem ter sido predadores que obtiveram nutrientes de outros invertebrados ou mesmo anfíbios, e não da própria serapilheira.

FONTE: Gizmodo

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