Cheops, um novo telescópio espacial para acelerar a busca por vida extraterrestre

Na terça-feira, 17 de dezembro, a Agência Espacial Européia (ESA), em colaboração com a Suíça, deveria colocar em órbita um telescópio espacial chamado Cheops ou caracterizando o Satélite ExOPlanet, destinado a ampliar nosso conhecimento sobre exoplanetas. Devido a um problema técnico, o lançamento teve que ser adiado.

Foi em 1995 que dois astrônomos conseguiram detectar o primeiro exoplaneta, chamado Pegasi 51b, usando um telescópio francês. Desde então, conseguimos identificar 4.000 planetas fora do nosso sistema solar, e os dois pioneiros receberam um Prêmio Nobel por seu trabalho em setembro passado. Para Cheops, será uma missão que durará mais de três anos, e que servirá para entender melhor os diferentes exoplanetas conhecidos até hoje.

Segundo David Ehrenreich, que é o gestor científico da missão, desde a descoberta do primeiro exoplaneta, sabemos que eles estão por toda parte e que cerca de metade das estrelas têm planetas que giram em torno deles. Com Quéops, agora será possível ir além da estatística e estudar detalhadamente esses corpos celestes.

Missão de Quéops

De acordo com as informações, o telescópio orbitará a Terra a uma altitude de 700 km para evitar distúrbios causados ​​pela atmosfera, e poderá acessar todo o céu com o sol nas costas.

Durante esta missão, o objetivo não será procurar novos exoplanetas, mas sim analisar aqueles que já são conhecidos. Quéops terá como alvo mais de 400 sistemas planetários localizados a algumas centenas de anos-luz de nós.

Durante a missão, o telescópio não poderá observar diretamente os planetas, mas focará na estrela em torno da qual orbitam. Assim, serão as diminutas quedas de luminosidade causadas pela passagem de um planeta em frente à sua estrela que serão analisadas. Este método é chamado de método de trânsito e nos permite deduzir o tamanho do planeta. Os dados coletados pelo Cheops também serão combinados com os obtidos por telescópios terrestres e será possível obter a densidade do exoplaneta.

Conhecendo a diferença

A vantagem do Quéops é que ele pode dizer a diferença entre dois planetas com a mesma massa que estão ambos na zona habitável. De acordo com David Ehrenreich, se o primeiro planeta tiver alta densidade, geralmente será feito de rochas com uma atmosfera fina. Se o outro planeta tiver uma densidade baixa, será composto de gás e terá uma atmosfera espessa.

Assim, a presença de água líquida só será possível no primeiro, e este será o terreno ideal se o objetivo for a busca da vida.

De acordo com Pierre Ferruit, responsável pela missão James Webb na ESA, o Cheops será muito útil para fazer uma primeira seleção antes de usar equipamentos mais poderosos, como o futuro telescópio James-Webb. Este último permitirá, de fato, analisar a composição da atmosfera de certos exoplanetas.

Além de observar planetas na zona habitável, Quéops também poderá estudar planetas “não habitáveis” para entender melhor todos os diferentes tipos de planetas possíveis. Podemos assim dizer que este novo telescópio será uma ferramenta muito poderosa para os astrônomos e certamente revelará alguns segredos ainda inacessíveis até hoje.

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