Califórnia está prestes a testar um aplicativo que avaliará a saúde mental dos pacientes

De acordo com um artigo publicado no New York Times no início desta semana, as autoridades de saúde mental do estado da Califórnia estão planejando um projeto de parceria com duas start-ups. Estes são Mindstrong, que desenvolveu um aplicativo de previsão de humor, e 7 Cups, que é um serviço de terapia online.

Seu objetivo é criar um sistema que identifique quando um usuário de smartphone está prestes a ter uma crise emocional.

De acordo com as informações, representantes de 13 países e duas cidades participam do desenvolvimento desse sistema. Este já está sendo testado por pacientes sob responsabilidade da rede pública de saúde mental do condado de Los Angeles.

Diz-se que as duas empresas Mindstrong e 7 Cups já começaram a trabalhar no sistema desde o verão passado com a ajuda de autoridades estaduais.

O Princípio do Funcionamento

Em relação ao funcionamento do sistema, a Mindstrong instalará um teclado especial nos smartphones dos pacientes. Este teclado será usado para rastrear todas as ações que usam a tela do telefone. Segundo o Dr. Thomas R. Insel, um dos fundadores da empresa Mindstrong, seu algoritmo pode determinar a atividade normal de um paciente após uma semana. Se o aplicativo perceber algum comportamento incomum, ele alertará o usuário por meio de mensagens.

De acordo com o site da Mindstrong, a empresa usa métodos poderosos de aprendizado de máquina para mostrar que funções digitais específicas estão relacionadas a sintomas clínicos e medições de atividade cerebral. Entre essas funções, está, por exemplo, a forma como a pessoa interage com sua tela. Há também ações como o uso de determinados aplicativos, chamadas recebidas e efetuadas, mensagens e até mesmo jogos.

Um começo difícil

Embora seja um método de rastreamento bastante original, no momento o sistema não produz os resultados esperados. Por exemplo, algumas dezenas de pacientes instalaram o teclado em seu telefone no inverno passado, mas quase metade não o usa mais por falta de interesse ou dificuldades técnicas.

O Dr. Insel admitiu que a criação do projeto não é nada fácil e pode levar alguns anos para ver o sistema totalmente operacional. Ele também acrescentou que o programa pode até falhar no início.

Embora muitos pesquisadores estejam estudando a possibilidade de usar a inteligência artificial para detectar ou prevenir doenças mentais, nenhum sistema ainda é eficaz a longo prazo. Além disso, um dos grandes problemas desse tipo de programa é a questão da privacidade do paciente.