Estás a ler: Bernard Stiegler, sobre o transumanismo
Bernard Stiegler, pensador e filósofo francês, teve a oportunidade de desenvolver publicamente suas teorias sobre o desenvolvimento tecnológico. Foi durante as “Entrevistas do Novo Mundo Industrial” que todos os anos reúne especialistas e filósofos para debater. A edição de 2016 foi realizada em Paris na terça-feira 13 e quarta-feira 14 de dezembro. O título do debate foi: “Pensando na exossomatização (aumento do homem) para defender a sociedade”.
Bernard Stiegler é o fundador do Instituto de Pesquisa e Inovação (IRI), sediado no Centro Pompidou. Ele também é o iniciador da associação Arts Industrialis. Em seus termos, o transumanismo é um “neodarwinismo delirante”. Isso se deve ao fato de que essa corrente de pensamento não integraria todas as dimensões que compõem o ser humano.
Ele então defendeu sua afirmação de que o aumento do homem existe desde o início da humanidade. Além disso, ele expôs os perigos do transumanismo.
Um fenômeno pré-histórico
O pensador argumentou que o fenômeno do crescimento humano teve origem na própria humanidade. Quando a espécie humana fosse gradualmente libertada do determinismo natural, teria descoberto a técnica. Através deste último, ela pôde não apenas cultivar e garantir sua sobrevivência, mas também se munir de artifícios.
A evolução da inteligência teria assim permitido o enriquecimento das civilizações e do próprio Homem.
O filósofo apreende essas ferramentas como “órgãos exossomáticos” (fora do corpo). Seriam extensões de órgãos biológicos. Assim, ele observa os benefícios do progresso científico. A este respeito, cita que: “O conhecimento acumulado é reorganizado quando surge uma nova técnica”. O exemplo do computador como fruto do acúmulo de conhecimento que se tornou uma ferramenta de domínio do conhecimento é apropriado.
Um fenômeno que não é isento de perigos
Bernard Stiegler, no entanto, considera o transumanismo uma nova forma perigosa de darwinismo. Ele o repreende por confiar no cientificismo para decidir o destino dos homens dentro da sociedade. Isso refletiria uma forma de predestinação oligárquica das condições da maioria, respondendo ao princípio da seleção natural.
Também evoca a primeira lei da termodinâmica, a da entropia, em particular o nível de desorganização. Essa lei indica que a desordem aumenta naturalmente e que os atores devem, portanto, reagir para restaurar a ordem.
Para ele, o “órgão artificial” estariam mais expostos a esta regra. Nesse sentido, ele destaca a importância da responsabilidade social em relação à ciência e todas as inovações decorrentes das descobertas feitas pelos pesquisadores.
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