Ata: o estudo realizado sobre o esqueleto “alienígena” no centro de uma controvérsia científica

ATA é uma múmia que foi descoberta por Oscar Munoz em 2003, no deserto do Atacama. Seu esqueleto tem 15 cm de comprimento e suas órbitas são anormais. Isso não é tudo, o crânio é alongado, daí a especulação de que é um híbrido alienígena. A ATA foi vendida várias vezes para acabar na coleção particular de Ramon Navia-Osório.
Este empresário de Barcelona é um verdadeiro entusiasta de OVNIs.
Sanchita Bhattacharya, pesquisadora de bioinformática em São Francisco, investigou o caso dessa pequena múmia. Depois de ter sequenciado o genoma do esqueleto, o cientista concluiu que se tratava de uma menina de origem chilena. No entanto, mutações genéticas e distúrbios de crescimento explicariam a forma do esqueleto.
A lenda urbana sobre a múmia ATA foi, portanto, desmascarada.
ATA, um feto humano mumificado
Kristina Killgrove, bioarqueóloga da University of West Florida e do Ronin Institute, no entanto, contestou os resultados dos estudos conduzidos por Sanchita Bhattacharya.
Segundo o bioarqueólogo: Não há nada na ATA que sugira que ela seja outra coisa além de um feto humano mumificado. Segundo o cientista, o esqueleto lembra o de um feto normal que estava em pleno desenvolvimento. Além disso, os crânios dos bebês são alongados devido ao processo de passagem pelo canal do parto.
Siân Halcrow, da Universidade de Otago, concorda com Kristina Killgrove. Segundo ele, a forma do esqueleto da ATA não é anormal. A aparência dos ossos é semelhante a um feto humano que está no meio da gestação. Como resultado, era inútil realizar um estudo genético.
Mutações genéticas contestadas
Segundo pesquisas realizadas por Bhattacharya e sua equipe, a múmia teria sido vítima de mutações genéticas. Essas mutações afetam apenas uma base de DNA responsável por distúrbios ósseos que teriam consequências no desenvolvimento do esqueleto.
Além disso, Cristina Dorador da Universidade de Antofagasta afirma que Bhattacharya não tinha o direito de analisar o DNA dessa múmia que foi exportada ilegalmente do Chile. O Conselho Nacional de Monumentos Chilenos foi rápido em abrir uma investigação oficial sobre a proveniência dos restos mortais.
Obviamente, o caso do ATA fará com que mais tinta flua.