A teoria da relatividade de Einstein confirmada novamente

Mais uma vez, os cientistas conseguiram confirmar com muita precisão um dos princípios da Teoria da Relatividade de Einstein, que é “a universalidade da queda livre”. Este princípio estipula que dois corpos lançados no mesmo campo de gravidade sofrem a mesma aceleração, qualquer que seja sua composição.
Este é um dos pontos importantes da teoria de Einstein, no entanto, alguns físicos acreditam que esta pode não ser a teoria final que governa a gravidade. Vários motivos levaram esses físicos a pensar assim, por exemplo, há incompatibilidades entre a relatividade geral e a mecânica quântica, ou o enigma do domínio da matéria escura e da energia escura no Universo.

Este estudo recente mostra que a teoria de Einstein é válida para objetos espaciais fortemente autogravitantes, como estrelas de nêutrons. Usando um poderoso radiotelescópio, os cientistas se interessaram pelos sinais emitidos pelos pulsares que pertencem à categoria de estrelas de nêutrons.
O curso da medição
Os cientistas escolheram observar o pulsar chamado PSR J0337+1715 durante o estudo recente. Os sinais foram registrados usando o radiotelescópio Nançay, localizado em Sologne, na França.
As observações foram capazes de mostrar que J0337+1715, que tem um núcleo estelar com 1,44 vezes a massa do Sol, orbita em torno de duas anãs brancas com um campo gravitacional fraco. De acordo com Guillaume Voisin, pesquisador da Universidade de Manchester e primeiro autor, o pulsar produz um feixe de ondas de rádio através do espaço. A cada volta, um flash de luz de rádio é registrado pelo telescópio. Então, seguindo o movimento do pulsar em sua órbita, o tempo de chegada do sinal é deslocado quando chega à Terra. É a partir de tais medições e modelagem matemática desses tempos de chegada que os pesquisadores podem deduzir com muita precisão o movimento de uma estrela.
Segundo os cientistas, é a configuração única do sistema estudado durante o estudo que permite medir que dois corpos de composição diferente realmente caem com a mesma aceleração no campo gravitacional de um terceiro corpo. O sistema observado pode de fato ser assimilado ao sistema formado pelo Sol, a Terra e a Lua, pois possui um terceiro elemento para o qual os dois corpos caem.
O que está acontecendo em nosso sistema solar
Se nos referirmos ao nosso sistema solar, o experimento de alcance do laser lunar permitiu verificar que a Terra e a Lua são igualmente afetadas pelo campo gravitacional do Sol, conforme previsto pela universalidade da queda livre. Os cientistas sabem, no entanto, que pode haver algum desvio da universalidade, mas apenas para objetos fortemente autogravitantes, como estrelas de nêutrons.
O artigo publicado recentemente explica que o experimento realizado no pulsar preenche a lacuna deixada pelos testes no sistema solar que não possui objetos fortemente autogravitantes. Os pesquisadores por trás do estudo demonstraram assim que o campo de gravidade extrema do pulsar não pode diferir em mais de 1,8 partes por milhão da previsão feita pela relatividade geral. Segundo os cientistas, esta é a confirmação mais exata da validade da universalidade da queda livre, mesmo na presença de um objeto cuja massa é o produto de seu próprio campo gravitacional.
Descobertas como esta nos mostram que muito pouco se sabe sobre a natureza do Universo. Com a tecnologia que continua a evoluir, esperamos poder encontrar explicações para os vários mistérios do cosmos.