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A análise de dados do Gaia ajudou os astrônomos a descobrir um novo berçário estelar em nossa Via Láctea

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Graças à análise dos dados observacionais da sonda Gaia da ESA, foi feita uma grande descoberta. De acordo com especialistas em astronomia, temos assim em mãos uma formação gasosa muito grande que os pesquisadores consideram um importante berçário estelar em nossa Via Láctea.

Os astrônomos por trás dessa descoberta são da Universidade de Harvard. E em homenagem ao Radcliffe Institute for Advanced Study, a base da cooperação que levou a esta descoberta, este berçário de estrelas foi nomeado o “Onda Radcliffe”.

A onda de Radcliffe aparece como uma grande estrutura gasosa composta por elementos que presidem a formação de futuras estrelas da nossa galáxia. Esta estrutura ondulada em forma de fita é na verdade um vasto campo onde abundam botões estelares interconectados.

Uma descoberta notável no campo da astronomia

Por 150 anos, até esta descoberta publicada na revista Nature em 7 de janeiro, nossa visão sobre berçários estelares era absolutamente diferente.

O estudo que levou a esta descoberta foi possível graças à Agência Espacial Europeia e ao seu telescópio espacial Gaia. Este último foi lançado em 2013 com o objetivo de coletar dados precisos, como a posição ou o movimento das estrelas, a fim de produzir um mapa estelar tridimensional de nossa galáxia.

Graças aos dados extremamente detalhados que Gaia forneceu, o desenvolvimento de um mapa 3D da matéria estelar na Via Láctea pôde ser alcançado. Graças a este mapa, os astrônomos puderam notar um sinal particular no braço espiral em que a Terra está localizada.

Através dele, uma estrutura longa e fina de forma ondulada com cerca de 9.000 anos-luz de comprimento e 400 anos-luz de largura pode ser descoberta. Esta estrutura também tem uma crista de 500 anos-luz acima e abaixo do plano médio do disco da nossa galáxia. No interior, pode ser observada a presença de numerosos berçários estelares anteriormente considerados o “Cinturão de Gould”.

Os astrônomos ainda não conseguem acreditar

Alyssa Goodman, professora de astronomia da Universidade de Harvard, disse que nenhum astrônomo poderia imaginar que vivíamos tão perto de uma “coleção de gás das ondas”. Com seu pesquisador associado, Robert Wheeler Wilson, eles insistem no choque que tiveram ao observar o mapa 3D desenvolvido graças ao Gaia.

Quanto a João Alves, professor de astrofísica estelar da Universidade de Viena e investigador associado a Radcliffe, também não está menos surpreendido com a presença tão próxima da maior estrutura gasosa da galáxia.

Este último sublinha o fato de que estava o tempo todo diante de nossos olhos sem que percebêssemos.

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