300 novos exoplanetas descobertos por IA nos dados do Kepler

O Telescópio Espacial Kepler foi o primeiro telescópio da NASA dedicado inteiramente à busca de exoplanetas, ou seja, planetas fora do nosso sistema solar. Durante sua missão, que terminou em 2018, a espaçonave observou centenas de milhares de estrelas em busca de potenciais planetas habitáveis. Hoje, os dados coletados continuam sendo analisados, mesmo que o telescópio não esteja mais em serviço. Mas para fazer esse trabalho, os cientistas não estão mais sozinhos, pois são auxiliados por uma Inteligência Artificial.

O ExoMiner é um algoritmo que pode copiar o procedimento seguido pelos pesquisadores para encontrar exoplanetas, mas, além disso, é mais rápido e eficiente. Nesse contexto, a ExoMiner acaba de descobrir mais de 300 novos planetas, até então despercebidos, nos dados coletados pelo Kepler.


Exoplanetas em torno de uma estrela
Créditos 123RF.com

Para detectar exoplanetas, Kepler observou as diminuições na luminosidade das estrelas. Essas flutuações podem de fato ser causadas pela passagem de um planeta entre sua estrela e o telescópio. Nem todos os escurecimentos são causados ​​por um planeta, no entanto, e os procedimentos que os cientistas desenvolveram foram feitos para distinguir entre falsos positivos.

Mais eficiente que os humanos

Segundo informações, o ExoMiner é uma rede neural. É um algoritmo que pode aprender e melhorar usando uma grande quantidade de dados. No que diz respeito ao Kepler, o telescópio gerou uma quantidade bastante substancial de dados. O instrumento da NASA descobriu milhares de candidatos, dos quais quase 3.000 foram confirmados como exoplanetas.

Para cada candidato ao “título” de exoplaneta, os cientistas devem analisar as curvas de luz e calcular quanta área da estrela o objeto cobre. Eles então calculam quanto tempo o objeto passa pelo disco da estrela. É esse mesmo processo que o algoritmo segue e, segundo os pesquisadores, a IA é muito mais eficiente que os humanos. Hamed Valizadegan, chefe do projeto ExoMiner, explica que quando o algoritmo indica que é um planeta, podemos ter certeza de que é de fato um planeta.

Uma capacidade de explorar

Com esses resultados, que são muito encorajadores, os cientistas estão considerando usar o algoritmo para revisar bancos de dados existentes e os de futuras missões de busca de exoplanetas. Por exemplo, há a missão TESS da NASA ou Transiting Exoplanet Survey Satellite, ou a missão PLATO ou Planetary Transits and Oscillations of Stars da ESA, que serão lançados em 2026.

Com esta nova ferramenta, a busca por novos exoplanetas agora será acelerada. Quanto mais planetas fora do nosso sistema solar forem descobertos, maiores serão as chances de encontrar um mundo habitável.

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